domingo, 18 de julho de 2010

Trabalho voluntário


Olá meus amigos!!

Olha, eu sempre acreditei muito em voluntariado, mas nunca tinha tido a chance de praticar, aliás, nem sei se o que estou fazendo se caracteriza como tal, mas estou gostando demais, e nem tinha noção da dimensão do que estou fazendo.

Tudo começou no dia 14 de maio, quando foi realizando na escola, o dia D da cidadania. Eu fiquei encarregada da parte de artesanato. Minha primeira sugestão era trazer uma pessoa para ensinar bijouterias, mas como estava muito ocupada fazendo vestidos para o São João, não poderia ir, então eu fui ensinar a bordar ponto oitinho, a principio para 20 pessoas, 10 pela manhã e 10 de tarde. Nem eu acreditava que daria certo, pois, com feirinha da providência, cabeleireiro, manicure, documentos, quem iria querer aprender a bordar? Pois, estava enganada, bombou, eram tanto mães, como alunos (meninas e meninos) querendo aprender a fazer o bordado, minha sala ficou cheia, todos pedindo para fazer. De tarde, antes de abrir, já tinha um menino me esperando para que eu pudesse ensinar a ele, e as mães que vieram de manhã voltaram de tarde. Faltou espaço e pano para tanta gente que queria aprender, eu fiquei exausta no final do dia, mas muito satisfeita.

Com o tempo, essas mães vieram a minha sala para pedir para ensinar mais. Como ponto oitinho é sempre a mesma coisa, eu disse a elas que sabia fazer umas almofadas com o chamado fuxico japonês, ou ponto capitonê (que aprendi o nome a pouquissimo tempo!), que ficam parecendo flores ou fuxico por cima sem ser. Elas se interessaram demais, pedi para compra o tecido, levar agulha, tesoura e algumas miçangas, e que encontrassem um lugar que eu iria lá ensinar. No primeiro dia que marcaram comigo, numa sexta feira, dia que o Brasil perdeu para a Holanda e foi eliminada da Copa do Mundo, dia 02 de julho. Foram só 5 mães e começamos nosso trabalho, ensinei passo a passo, como marcar, desfiar, e fazer os pontos. Acredito que todas sairam satisfeitas, uma delas comentou que nunca ninguém havia ensinado nada a ela, e outra que nunca pensou que conseguira aprender a fazer uma almofada daquela, que devia ser impossível aprender de tão difícil, mas que não era nada disso. Durante a semana, essas mães foram trazendo seus trabalhos para eu ver na escola, uma mais satisfeita que outra, e eu mais que todas. Teve uma mãe inclusive, que tinha ensinado para a filha e outra que ensinou para a sobrinha e a filha. Nestes dias também, apareceram várias outras mães querendo saber se podiam ir aprender a fazer o "curso de almofadas", e eu dizia que podia, mas que não era curso, dava a relação de material e no outro encontro no dia 09 de julho, já tinham pelo menos 12 mães e a aula já foi na Casa da Família do bairro. Desta vez, ensinei para as que já tinham feito a primeira almofada, a almofada redonda. Consegui o enchimento com uma fábrica de bonés em Caicó, através de um amigo de meu marido. Todas deram 1 real para pagar o taxista que foi buscar, e dia 14 nos encontramos para encher as primeiras almofadas redondas. Como elas ficaram satisfeitas, todas encantadas com suas almofadas admirando suas obras de arte.

Só tomei pé da real dimensão que isto alcançou, quando uma das mães falou comigo dia 16, sexta-feira, agora que passou, que estava depressiva, brigando demais com a filha, não estava nem se aguentando mais, e que estava passando com a psicóloga da Casa da Família, mas que tinha melhorado, eu perguntei se ela estava gostando da terapia, e fiquei admirada quando ela disse que o que tinha melhorado a "cabeça" dela eram as almofadas, que ela cuidava da casa de manhã, quando a filha chegava ela já estava calma, nem brigava com a menina pq sabia que de tarde iria pegar o pano e bordar a almofada, e que tinha ensinado a filha a bordar tb, para se acalmar. Nunca pensei que isso iria ajudar tanto a alguém, nem que tenha sido a somente uma pessoa, já está de bom tamanho. Comecei a ensinar a fazer estas almofadas porque sempre acreditei que todos precisam de um hobby, fazer alguma coisa por prazer, sem necessidade de fazer por obrigação, isso para pobres e ricos, se alguém aprender e conseguir gerar lucros com este hobby, melhor ainda.

Eu já passei por uma situação como esta, querer aprender alguma coisa e não ter dinheiro para pagar um curso, e uma alma boa chegar até mim e me ensinar sem cobrar nada. Sei que estas mães também queriam aprender algo novo e não teriam como pagar para ensinar. Se eu sei fazer, porque não dividir o pouco que sei com quem ainda não sabe nada? E está valendo a pena? Está valendo muito mais que imaginei, saber que estou proporcionando algo de bom pra alguém menos favorecido que eu, é M A R A V I L H O S O!!!

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